Antes das justificativas favoráveis à bebida, é importante lembrar que apenas o consumo moderado e gradual é capaz de trazer efeitos benéficos para o corpo. Portanto, não adianta beber três dúzias de cerveja apenas no final de semana! Além disso, "a cerveja pode ter benefícios, mas também prejuízos. O primeiro é quando a pessoa combina a bebida com a direção de qualquer veículo, desde os motorizados até a bicicleta. E isso vale para o consumo moderado, pois as pequenas quantidades também reduzem os reflexos", destacou Arthur Guerra, chefe do Grupo de Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Pesquisadores do Centro de Estudos Nacionais de Desenvolvimento Infantil, na Inglaterra, e do Centro Nacional Longitudinal de Estudos da Saúde Adolescente, nos Estados Unidos, realizaram uma pesquisa na qual acompanharam um grupo de adolescentes a partir dos 16 anos e constataram que aqueles que ingeriam cerveja moderadamente na vida adulta eram mais espertos que os colegas abstêmios. O estudo ainda ganhou respaldo com a pesquisa da American Journal of Epidemiology que descobriu que a cerveja aumenta a vascularização cerebral e, consequentemente, melhora a função cognitiva.
As vantagens são também para elas, pois a equipe do New England Journal of Medicine acompanhou 11 mil mulheres por 15 anos e constatou que as que ingeriam cerveja moderadamente corriam 20% menos riscos de ter demência e problemas de memória, além de ter menos chances de sofrer um AVC.
Ossos fortes
Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram, em 2010, que as cervejas do tipo Pale Ale, geralmente ricas em malte, possuem grandes quantidades de silício, um mineral que ajuda na produção de estrogênios no organismo feminino e que também protege os ossos contra a temida osteoporose. Por outro lado, as light lagers, as cervejas de trigo e aquelas sem álcool apresentam pouca quantidade do mineral.
Xô anemia!
A engenheira de alimentos Ana Cecília Poloni Rybka, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade de Campinas (FEA/Unicamp) descobriu que consumir 350 ml de cerveja por dia pode fazer bem à saúde, ajudando no combate das doenças cardiovasculares e da anemia. Isso porque três tipos da bebida (Pilsen, Malzbier e sem álcool) são ricos em folatos e vitaminas do complexo B.
"A pessoa tem que beber um pouquinho por dia para conseguir este efeito", destacou Ana Cecília, que lembrou que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas pode ter efeito contrário, prejudicando o organismo, prejudicando a absorção de vitaminas, o equilíbrio, o metabolismo, entre outros.
Menos riscos de pressão alta e diabetes!
Em novembro de 2010, uma equipe de cientistas espanhóis do Hospital-Escola da Universidade de Barcelona, constatou, após estudar 1.249 voluntários acima dos 57 anos, que beber cerveja moderadamente - e aí tanto faz se elas são ales ou lagers - é capaz de reduzir a pressão alta e a diabetes naqueles que associaram a bebida a uma dieta de estilo mediterrâneo (maior consumo de azeite extravirgem, peixes, frutas e vegetais). O estudo ainda é embasado por John Folts, da Universidade de Wisconsin (EUA), que vem destacando, desde 2003, que as cervejas escuras são ricas em flavonoides, que protegem o coração.
Cerveja tem menos caloria que suco de laranja
Por incrível que pareça, um pint de 250 ml de cerveja do tipo Pilsen apresenta cerca de 103 calorias, enquanto a mesma medida de suco de laranja conta com 200 calorias. E quem pensa que a gelada é pouco nutritiva, deve saber que ela é rica em minerais como cálcio, magnésio, potássio e sódio, e vitaminas. Quer desculpa melhor para abastecer a geladeira?
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