PF abre inquérito contra ação de agentes da Funai

Ilhéus - A Polícia Federal de Ilhéus (455 Km de Salvador), instaurou inquérito nesta quinta-feira, 28, para apurar a ação de funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) depois que um vídeo foi inserido ao processo que investiga a cobrança de “pedágio” por índios Tupinambás em uma estrada de acesso local na altura do Km-22 da rodovia Ilhéus-Una.
O vídeo, gravado pelo procurador federal Israel Nunes, mostra uma reunião na sede da Funai, em Ilhéus, na última segunda, quando a proprietária das terras, Linda Souza, teria sido coagida a assinar um termo de depoimento e retratação, redigido pelo procurador, retirando as acusações e notícias crimes contra índios Tupinambás.
Na carta, a empresária se compromete a contratar dois membros da tribo como vigilantes do areal que explora vizinho à fazenda ocupada pelos indígenas. Além disso, retira a notícia crime em que acusa os índios de extorsão.
Um dos índios que a empresária se compromete a contratar é Estanislau Luiz Cunha, que no último dia 5 de abril foi preso em flagrante pela Polícia Federal por cobrança ilegal de pedágio no local. Na ação, ele e Nerivaldo Nascimento Silva tentaram cobrar pela passagem dos agentes da PF na estrada. a ação foi filmada pela PF e o vídeo também consta nas provas do processo.
Na reunião realizada na sede da Funai, o agente do órgão José Flores afirma que é “comum e legal” a prática de cobrança de “pedágio” por índios em todo o país e que esta é uma “coisa que nós brancos ensimanos a eles”.
O chefe da tribo, Cacique Gildo, acusado de receber R$ 22 mil da proprietária do areal em uma tentativa de negociação ao acesso às terras, também esteve presente na reunião e concorda com os termos do “acordo”.

Denúncia - No encontro, a empresária contesta a proposta de retirar as queixas. “Eu não disse pra polícia que foi extorsão, eu disse que os índios exigiam pagamento para que eu tivesse acesso ao areal, e isso é verdade”, enfatiza.
A carta de retratação e o vídeo foram divulgados pelo procurador a alunos de uma faculdade particular onde ele ensina em Ilhéus. Ele não foi encontrado para falar sobre o assunto na faculdade ou pelo telefone celular.

Fonte: RBN.

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